chico buarque & tom jobim - sem você As obras magistrais de Chico, foram os pilares da majestosa construção erguida por ele em 40 anos de carreira fonográfica. Obras cantadas e recantas por diversos artistas. E composições que se notabilizaram pela decantação de um ‘eu’ feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com notória poesia e beleza: ‘Com açúcar e com afeto’ escrito para Nara Leão, ‘Olhos nos Olhos’ e ‘Teresinha’ gravadas por Maria Bethânia, ‘Atrás da Porta’ interpretada por Elis Regina, ‘Folhetim’ com Gal Costa e ‘Iolanda’, versão adaptada de letra original de Pablo Milanés, num dueto com Simone. Chico Buarque – Songbook (1999)Francisco Buarque de Holanda, conhecido como Chico Buarque é filho de Sérgio Buarque de Holanda, um importante historiador e jornalista brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, em 1944, mas sua família mudou-se para São Paulo quando tinha dois anos e voltou a morar no Rio apenas em 1970, após seu exílio na Itália. Chico é músico, cantor, compositor, teatrólogo e escritor brasileiro. Chico foi nossa revolução, em tempos duros de repressão. Foi censurado por qualquer motivo, nos anos 70, bastava aparecer na censura uma música de sua autoria. Chico escondia a revolução entre as linhas de suas letras, eram tempos de cuidados redobrados. A uma certa altura a coisa ficou tão difícil que nasceu o personagem 'Julinho da Adelaide' para burlar a censura. 'Julinho' compôs 'Acorda Amor' e 'Jorge Maravilha', essa última carrega até hoje uma lenda, negada por Chico: enquanto o General Geisel queria o filho de Sérgio Buarque na ponta de uma corda, sua filha não perdia um único disco do compositor. Ou enquanto o compositor era preso, o policial que o prendia pedia um autógrafo para sua filha. Chico não perdia a chance de burlar a censura. Foi perseguido a cada passo, teve seus microfones desligados durante um show com Gil, quando foi apresentar 'Cálice' ao público, mas tal qual 'Julinho', escorregava pelas mãos da ditadura usando tão somente sua genialidade. Modelador de palavras, tem o dom único de descrever sentimentos como quem vive cada dor ou alegria, fala por nós e não há quem, alguma vez na vida, ao ouvir suas composições, não tenha jurado que Chico esteve por um momento em sua alma para ter conseguido descrever a emoção indescritível. (por carô murgel)
‘Chico Buarque de Hollanda’ é o primeiro disco do músico brasileiro Chico Buarque. O álbum chegou às lojas com a canção 'A Banda' que junto com a 'Disparada' foi vitoriosa no II Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, em 1966, data da final da competição. Chico Buarque virou unanimidade nacional. A música brasileira nunca mais foi a mesma depois que a banda de Chico Buarque passou, arrastando modernidade e tradição. Em julho de 1967, já com o título involuntário de ‘a única unanimidade nacional’, dado pelo jornalista Millôr Fernandes, Chico Buarque lançou seu segundo álbum, e naturalmente intitulado ‘Chico Buarque de Hollanda Volume 2’. A turma alienada da 'Jovem Guarda' atraia as atenções juvenis. A Bossa Nova foi para o exterior. Despontava o tropicalismo. Os 'Beatles' eram o ponto alto no mundo. Era o início da onda pop. Mas 'Chico Buarque de Hollanda Volume 2' desbancou modismos e movimentos, consolidando a carreira fonográfica de Chico, então aos 23 anos.
Com ‘Chico Buarque de Hollanda Volume 3’, sem perder o lirismo e a devoção ao samba, Chico é mais politizado e maduro, que daria o tom de sua música nos anos 70 e projeção pelo universo teatral. Escreveu várias peças de teatro, entre elas ‘Roda Viva’e ‘Calabar’ que foram proibidas, ‘Gota d'Água’ e ‘Ópera do malandro’ e alguns livros. O regime militar instaurado no país quatro anos antes asfixiava a criação artística e Chico começou a fazer de sua obra um ato político que enfrentava e denunciava o regime. Obra que o obrigaria a um auto-exílio para fugir da iminente prisão. Exilado na Itália, chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções ‘Apesar de você’, que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação, e ‘Cálice’ censuradas. Quando voltou ao Brasil, em 1970, para lançar seu quarto disco ‘Chico Buarque de Hollanda Volume 4’, o compositor era um novo homem, politizado e continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre ‘Construção’ ou a divertida ‘Partido Alto’.
Volume 1 (1966)
Volume 2 (1967)
Volume 3 (1968)
Volume 4 (1970)
Volume 1
Volume 2
Volume 3
Volume 4
Volume 5
Volume 6
Volume 7
Volume 8
sexta-feira, 19 de junho de 2009
chico buarque
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se não veja, quem saberia contar, combinando cada palavra com a seguinte, juntando todas e, ainda, deitá-las confortavelmente sobre uma rede de notas musicais, tudo aquilo que transita em liberdade, pela alma de uma mulher???
ResponderExcluirbeijo.
Cazuza cantava: "meus inimigos estão no poder, ideologia eu quero uma pra viver".
ResponderExcluirChico Buarque, ao contrário, tem amigos no poder mas, infelizmente, não percebeu ou não quis perceber que a ideologia que ele defendia está com outra cara.
Mas ele é um genial artista. Por isso que eu acho que artista não devia ter sexo nem ideologia, assim como os anjos.
lalo, meu querido, sou uma das mais ardorosas fãs da música utilizadas como protesto. já vibrei com as letras do chico, dizendo que apesar de alguém, a vida continua. no entanto, hj em dia, abri mão de tudo em nome da absoluta alienação. o chico da geni levando bosta, o bosco parado na esquina esperando uma mulher sem palavra, são a minha alegria.
ResponderExcluirsem contar que, cantar por qualquer ideologia nos dias de hj é, no mínimo, indecoroso.
mara, vim aqui dizer sobre o ijigg. ouvi corsário através dele e está perfeito. se for apenas a dificuldade em fazer o upload, passa. depois me conta o que está ocorrendo. beijo.
ResponderExcluirtenho até medo de cutucar as palavras linkadas aqui. é tudo tão bem arrumadinho ..... bj.
A ditadura criou um dos momentos mais férteis da nossa música, era preciso arranjar modos de driblar a censura burra com frases de duplo sentido, metáforas, alegorias. ‘Apesar de você (Garrastazu) amanhã há de ser outro dia. Vou cobrar com juros. Juro! Todo esse amor reprimido...’ A ideologia era a luta contra os gorilas que estavam no poder. Cazuza viveu o vácuo deixado por aqueles que foram eliminados pela prisão e exílio. Cazuza viveu a geração coca-cola que negou todas as ideologias, sem saber o que negava. Adoro Chico cantando as dores e delícias do feminino, Chico mergulhando no louco mundo do amor e das paixões, Chico poeta, Chico mulher.
ResponderExcluiroi gostaria de informar que o cd chico buarque – songbook vol. 8 (1999) esta faltando a faixa numero 10, obrigado
ResponderExcluirOK. Corrigido.
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