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sexta-feira, 7 de maio de 2010

anatomy of a murder

anatomy of a murder movie (1959)O assunto não é tão picante como foi em 1959, no entanto, a história ainda é poderosa. O filme é famoso como um dos primeiros filmes de Hollywood a falar francamente sobre sexo, estupro, assassinato e traição e o diretor Otto Preminger não faz rodeios neste drama de tribunal ao abordar esses temas. ‘Anatomy of a Murder’ foi proibido em algumas cidades quando do seu lançamento, devido a essa linguagem direta e provocadora, usando palavras como puta, estupro, calcinhas e vagabunda. Ele foi um dos primeiros filmes de Hollywood que desafiou o código de produção, um conjunto de orientações de censura na indústria. Em Chicago, a polícia bloqueou a exibição do filme devido às ‘obscenidades’ até que um juiz federal anulou a proibição. Uma das cenas mais divertidas do filme é quando o juiz e os advogados tentam encontrar uma palavra mais discreta para ‘calcinha’. ‘Anatomy of a Murder’ é um filme extremamente complexo, em alguns aspectos é um documento social da época, é um retrato detalhado da legislação e das motivações dos indivíduos envolvidos em um caso aparentemente simples e direto. Levanta também algumas questões éticas de comportamento dos advogados. Alguns professores de direito usaram ou ainda usam o filme como ferramenta de ensino, uma vez que abrange, a partir do ponto de vista da defesa, todas as etapas fundamentais do sistema de justiça criminal dos EUA.

John D. VoelkerJohn D. Voelker, procurador da Suprema Corte de Justiça de Michigan, sob o pseudônimo de Robert Traver escreveu ‘Anatomy of a Murder’ baseado em um caso de assassinato real que aconteceu em 1952, onde atuou como advogado de defesa. Ele escreveu o que sabia. Originalmente publicado em 1958, o livro ajudou a estabelecer o gênero popular e tornou-se um modelo para os dramas de tribunal. Em 1959, o diretor e produtor Otto Preminger veio a Michigan, com uma equipe de filmagem para colocar ‘Anatomy of a Murder’ na tela grande. Filmado no mesmo local onde aconteceu o assassinato real, Big Bay, Michigan, o filme é estrelado por James Stewart, Ben Gazzara, Lee Remick e George C. Scott. Otto Preminger que era austríaco e exilou-se nos EUA estudou direito e filosofia e tinha fama de pessoa rude e desagradável. Gostava de trabalhar com os temas dos desvios e conflitos comportamentais. Assim como Hitchcock, exigia ter grandes atores e parte do seu segredo era a sua longa experiência em teatro e em filmes que remontam à época do cinema mudo. Apesar da origem judia, atuou em alguns filmes no papel de nazista, por causa do seu sotaque. Mas, mais do que tudo era seu controle quase ditatorial sobre tudo e todos que produziu filmes que vão além do meramente comercial e podem ser chamados de arte. O roteiro de ‘Anatomy of a Murder’ é afiado, frio e meticuloso, a direção eficaz e discreta.

Otto PremingerAs performances de James Stewart e Lee Remick são fascinantes. O diálogo é inteligente, ágil e muitas vezes brutal. A teatralidade do tribunal é brilhante e talvez nunca fosse permitido em um tribunal da vida real. Exceção feita apenas no circo que foi o julgamento de OJ Simpson. É óbvio que todos os futuros dramas de tribunal tomaram 'Anatomy of a Murder' como base. James Stewart e George C. Scott lutam até a morte, ou assim parece, para ver quem é o melhor advogado. James Stewart interpreta Paul Biegler, um advogado de cidade pequena cuja carreira está em declínio depois que perdeu uma reeleição para o cargo de procurador da República. Embora ele prefira a pesca e tocar jazz no piano, ele aceita o caso como advogado de defesa. Depois de questionar o tenente Frederic Manion (Ben Gazzara), um soldado impetuoso e desagradável, e sua bela e sexy esposa Laura (Lee Remick), Paul não tem certeza no que acreditar sobre o caso. Laura alega que depois de visitar um bar da cidade, ela foi estuprada pelo seu proprietário, Barney Quill. Seu marido em um ataque de fúria disparou seis vezes em Barney. Claude Dancer, no papel de promotor da cidade grande e imortalizado pelos trejeitos de George C. Scott acredita que foi assassinato a sangue frio. Ele acusa Manion de matar Barney em um ataque de insanidade, porque ele estava tendo um caso com sua esposa.

O problema de Paul Biegler é: como defender um homem que comete um assassinato na frente de testemunhas e, em seguida, admite à polícia que foi ele? Não há dúvida sobre a identidade do assassino, mas o caso pode ser a chance capaz de resgatar a sua carreira, auxiliado por Parnell Emmett McCarthy, um amigo e mentor alcoólatra, vivido por Arthur O'Connell e sua formidável secretária (Eve Arden). O seu opositor, Claude Dancer está igualmente determinado a conseguir uma condenação. Os dois travam uma batalha que muitas vezes consiste em táticas desleais de ambos os lados quando são examinadas questões como: Quill teria realmente estuprado a mulher de Manion. O assassinato foi justificado? Será que Quill Manion sofreu um ataque de insanidade temporária? O foco não é a culpa versus inocência. Em vez disso, os problemas reais são se o promotor ou a defesa irão convencer o júri a acreditar em sua versão do crime, ou mesmo se os crimes foram cometidos.

Joseph N. WelchDepois de oferecido a diversos atores famosos, entre eles, Spencer Tracy, o papel do Juiz Weaver que preside o caso foi entregue a um juiz de verdade sem qualquer experiência artística: Joseph N. Welch que foi famoso advogado e conselheiro chefe do Exército dos Estados Unidos na década de 50, no julgamento e condenação do senador Joseph McCarthy, conhecido por fazer alegações de que havia grande número de comunistas e soviéticos espiões nas instituições americanas. Os principais alvos de tais suspeitas eram funcionários do governo, aqueles na indústria do entretenimento, educadores e união ativistas. Joseph N. Welch entrou para a história ao encarar o senador e lhe perguntar: o senhor não tem vergonha?

‘Anatomy of a Murder’ recebeu sete indicações ao Oscar: melhor filme, melhor ator (James Stewart), melhor ator coadjuvante (Arthur O'Connell e George C. Scott), melhor roteiro, melhor edição, melhor fotografia (preto e branco). Não levou nenhuma estatueta, mas ganhou um Grammy pela trilha sonora. Otto Preminger inovou de várias maneiras com este envolvente drama, o filme foi um dos primeiros a ter o jazz como trilha sonora. Duke Ellington, além de assinar a trilha sonora, fez uma participação especial. A música composta por Duke Ellington e Billy Strayhorn e executada pela orquestra de Ellington dá ao filme um toque mais moderno e o cool jazz de seu piano adiciona uma camada extra de prazer. Ellington nunca escreveu uma melodia tão sedutora como ‘Flirtibird’, com o irresistível e sensual saxofone alto de Johnny Hodges. Em 1989, a ‘American Bar Association’ classificou ‘Anatomy of a Murder’ como um dos 12 melhores filmes de julgamento de todos os tempos. Além de seu enredo e partitura musical, o verdadeiro destaque do filme é sua capacidade de demonstrar como uma defesa é desenvolvida em um caso difícil.

Anatomy of a Murder
Anatomy of a Murder
Anatomy of a Murder
Anatomy of a Murder

duke ellington - flirtibird


soundtrack - anatomy of a murder movie (1959)

Anatomy of a Murder (1959)

Tracklist
01. Main Title and Anatomy of a Murder
02. Flirtibird
03. Way Early Subtone
04. Hero to Zero
05. Low Key Lightly
06. Happy Anatomy
07. Midnight Indigo
08. Almost Cried
09. Sunswept Sunday
10. Grace Valse
11. Happy Anatomy
12. Haupe
13. Upper and Outest
14. Anatomy of a Murder (bonus track)
15. Medley (bonus track)
16. Beer Garden (bonus track)
17. Happy Anatomy (bonus track)
18. Polly (bonus track)
19. Polly (bonus track)
20. Happy Anatomy (bonus track)
21. More Blues (bonus track)
22. Almost Cried (bonus track)
23. Anatomy of a Murder (bonus track)
24. Anatomy of a Murder (bonus track)
25. The Grand Finale (bonus track)
26. Pause Track

2 comentários:

  1. Adoro esse filme! Está entre meus 3 favoritos sobre tribunal junto com O Sol Nasce para Todos e 12 homens e uma sentença.

    A trilha sonora de Duke Ellington é um super presente que você deixa para nós!!

    Valeu! Bj!

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  2. Olá... visito com muita frequência o teu blog... e de fato é ótimo!

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